- Escrito por Lilian Russo
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Harvard pune com demissão inédita cientista comportamental acusada de falsificar dados em artigos Destaque
A Universidade Harvard, nos Estados Unidos, encerrou o contrato de trabalho de Francesca Gino, uma renomada pesquisadora de sua escola de negócios, que foi responsabilizada por falsificar dados de pesquisa em vários artigos científicos.
Trata-se de uma punição histórica. Segundo o jornal estudantil da instituição, o Harvard Crimson, desde a década de 1940, quando foram criadas regras que protegem a autonomia de membros do corpo docente e garantem a eles estabilidade de emprego após a contratação definitiva (tenure), nenhum professor da universidade havia tido esse status revogado.
Cientista comportamental conhecida por estudos sobre a desonestidade, Gino chegou a ser um dos cinco funcionários mais bem pagos de Harvard – em 2018 e 2019, teve uma remuneração anual superior a US$ 1 milhão (R$ 5,7 milhões). Em 2021, ela foi acusada de falsificar dados de um artigo, que em seguida sofreu retratação. No ano seguinte, a Escola de Negócios de Harvard abriu uma investigação sobre má conduta que durou 18 meses.
A conclusão foi que ela cometeu má conduta de modo intencional, o que levou a seu afastamento da instituição em 2023 – ela foi colocada em licença administrativa não remunerada.
Nessa época, o blog investigativo Data Colada acusou Gino de cometer fraude de dados em mais três artigos de pesquisa dos quais foi coautora. Um deles, que observou uma associação entre comportamento mentiroso e criatividade, só chegou a essa conclusão depois de ter os dados alterados. O relatório dos investigadores também recomendou que a universidade abrisse procedimentos para a revogação de seu contrato, o que aconteceu agora.
Fonte: https://revistapesquisa.fapesp.br/punicao-historica/



