- Escrito por Lilian Russo
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A união entre veterinários e médicos é fundamental para prevenir novas pandemias Destaque
Dados recentes da Organização Mundial da Saúde Animal, corroborados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), apontam que quase 75% das doenças infecciosas emergentes que afetam humanos, como a febre amarela, o ebola, a raiva e a gripe aviária, tiveram origem animal. Além disso, 80% dos agentes que apresentam potencial para serem usados como armas de bioterrorismo são patógenos zoonóticos.
Na avaliação da médica veterinária e presidente executiva da Sociedade Brasileira de Profissionais de Pesquisa Clínica, Dra. Greyce Lousana, a próxima pandemia não será evitada apenas com vacinas, mas com vigilância constante dos habitats onde os vírus circulam.
“Se não tivermos uma interação entre médicos veterinários e demais profissionais de saúde, o futuro da humanidade será cada vez mais caótico. É fundamentar termos uma visão ampla nesse ecossistema”, reforça a especialista.
Diante desse cenário, ela comenta que, enquanto a medicina humana foca no tratamento e cura de doentes, a medicina veterinária atua como um pilar na prevenção de futuras epidemias. “É comum pensar no médico como quem trata e cura pessoas e pouco se fala sobre o papel do veterinário nas pesquisas clínicas, que tem o desafio de prevenir e impedir novas epidemias”, ressalta.
A febre amarela, por exemplo, é uma doença causada por um vírus transmitido por mosquitos, e possui dois ciclos de transmissão (urbano e silvestre). No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados. No ciclo silvestre, os transmissores são mosquitos com hábitos predominantemente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes.
No Brasil, os ministérios da Saúde, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio Ambiente, diretamente ou por meio de secretarias e autarquias subordinadas, vêm criando normas e orientações voltadas à aplicação prática da saúde única. O envolvimento de múltiplos atores é fundamental para o desenvolvimento de estratégias inovadoras, com a incorporação de tecnologias para vigilância e controle de doenças.
A integração dos esforços da medicina veterinária com os demais segmentos da saúde humana não é apenas uma necessidade emergente, mas um caminho vital para a manutenção da saúde global. A prevenção eficaz de pandemias futuras depende de uma abordagem holística, onde a colaboração interdisciplinar é mais do que recomendada, é essencial.
Fonte: https://alavoura.com.br/colunas/panorama/a-uniao-entre-veterinarios-e-medicos-e-fundamental-para-prevenir-novas-pandemias/