- Escrito por Lilian Russo
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Portadores de lúpus podem participar de estudo clínico brasileiro para novo medicamento
O lúpus é uma doença inflamatória autoimune (causada pelo próprio sistema imunológico), que pode se manifestar em vários órgãos de forma lenta ou agressiva. E por seu caráter sistêmico, ele tem potencial para comprometer órgãos vitais, como os rins, pulmão e coração, além da pele, articulações e sistema nervoso central.
E apesar de não ter cura, há 10 anos a medicina não dispõe de novos fármacos para o tratamento da doença. Mas agora, pacientes portadores de lúpus poderão participar de um estudo clínico, para um novo medicamento. O trabalho será conduzido pelo médico reumatologista Sebastião Cezar Radominski, professor de Reumatologia do curso de Medicina da Universidade Federal do
Paraná (UFPR) e diretor do Centro de Estudos em Terapias Inovadoras (CETI) – um dos mais importantes centros de pesquisa da área, com 24 anos de atuação.
Durante o mês de junho será feita uma pré-seleção de pacientes, em Curitiba. Aqueles que preencherem todos os critérios de inclusão – e nenhum de exclusão – serão chamados para iniciar o estudo no início de julho. O recrutamento vai até início de 2023.
“Trata-se de uma nova medicação via oral, com mecanismo de ação inovador e com o objetivo de impedir a progressão do lúpus para as suas formas mais graves”, explica Radominski. A medicação, de caráter alvo-específico, pode reduzir a dependência dos corticoides, geralmente prescritos em altas doses (com uma série de efeitos colaterais) para o controle do lúpus.
Resultados tendem a ser promissores
Justamente pela falta de opções mais modernas em medicamentos para o lúpus, os resultados desse estudo clínico tendem a ser promissores. De acordo com Radominski, essa pode ser uma nova opção de tratamento para pacientes não atendidos e/ou refratários aos tratamentos tradicionais disponíveis atualmente, para impedir a progressão da doença.
Devido aos excelentes resultados nos estudos anteriores, o Food and Drug Administration (FDA), nos Estados Unidos, autorizou esse novo estudo de fase II, multicêntrico e mundial, que poderá levar à aprovação do remédio em um período de 2 a 3 anos. Os objetivos principais do estudo, no momento, são avaliar a segurança e a eficácia do medicamento sob investigação em lúpus e determinar uma dose ideal.
No Brasil, o estudo será submetido à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, e tem aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) e da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP).
Fonte: https://www.semprefamilia.com.br/saude/portadores-de-lupus-podem-participar-de-estudo-clinico-brasileiro-para-novo-medicamento/